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O cristão e a responsabilidade cívica

Atualizado: 8 de jul. de 2021


A palavra “política” tem sido muito mal compreendida. Quando pensamos em política já pensamos em algo ruim. No entanto, esta palavra vem de POLIS (grego: cidade – organização, comportamento, deveres, direitos dos habitantes das POLIS). Política é a organização de uma sociedade para se viver bem no contexto das cidades. Também, a palavra “candidato” vem de CÂNDIDO (puro, limpo, branco). Quando alguém se candidatava a algum cargo na antiga Roma, ele tinha de ir com uma roupa branca para mostrar suas intenções puras e limpas.

Durante o decorrer dos anos, tivemos alguns movimentos que tentaram mudar a forma como as coisas estavam. Dois deles, que aconteceram recentemente no Brasil e na América Latina, foram aTeologia da Libertação e a Missão Integral da Igreja – movimentos que se propõem mudar a sociedade através da busca do direito dos pobres e oprimidos a qualquer preço.

A Teologia da Libertação surgiu nas comunidades eclesiais de base da Igreja Católica. Muitos anos atrás, estávamos reunidos em um encontro de pastores em Itaici, Indaiatuba/SP. Durante as refeições, no restaurante, haviam dois grupos: um de pastores e um indefinido, que não sabíamos o que era. Em determinado momento, perguntamos a eles e nos responderam que eram do movimento eclesial de base. Eles estavam ali reunidos para definir seu rumo e, naquela noite, fariam uma votação para saber se pegariam ou não em armas para derrubar o presidente do Brasil. Então avisamos os pastores e fomos orar. Nisso, a energia elétrica acabou e eles não puderam fazer a votação. Eu não sei o que teria acontecido naquela noite se eles tivessem votado por pegar em armas.

Ademir Ifanger

Nós estamos vivendo em um momento de grande perturbação política e social e são nesses momentos que surgem várias teologias, como respostas à estas situações. Algumas são ortodoxas, bíblicas e conhecidas historicamente. Outras surgem como uma nova maneira de pensar – nem são ideias estabelecidas, pois essas podemos combater. No entanto, novas maneiras de pensar são muito fluidas. Essas duas teologias acima citadas têm este conceito de pensar o momento em que se está vivendo e qual a atitude que se deve tomar a partir dessas situações.

No caso da América Latina, surgiram devido às situações políticas, ideológicas, da pobreza e desigualdade social que envolveram contextos da Guerra Fria. Basicamente são teologias da Práxis – aquilo que envolve o que eles entendem que deve ser feito, ou seja, examina-se uma situação na prática, faz-se uma polêmica em cima dela e dá-se uma solução. Essa solução, no que tange à Igreja, é misturada com conceitos e doutrinas cristãs e ideologias políticas.

Como distinguimos isso? Sempre se levando em consideração qual é a ênfase! Com ela distinguimos o que é heresia. Isso porque a palavra “heresia”, do grego hairesis, significa escolha, opção. É fazer uma opção por determinada verdade em detrimento de outra. Por exemplo, o movimento pentecostal enfatiza o Espírito Santo e os dons, mas não enfatiza a Palavra e o discipulado – é uma questão de opção. E então surgem heresias, que é o desvio da verdade toda; é apenas um lado da verdade. Quando a ênfase está mais nas ações humanas e políticas do que na intervenção e ação de Deus, encontramos uma heresia. A ênfase da Teologia da Libertação é exatamente isso: a ação humana politizada para resolver um problema ou situação onde Deus não está presente. Ela tem um instrumental marxista para analisar a realidade e dar uma solução humana para o problema que se apresenta.

Como cristãos, entendemos que não somos nem direita e nem esquerda, mas somos pelo evangelho do Reino de Deus, que tanto atua nas situações de desigualdades e necessidades, quanto em trazer uma emancipação por meio do evangelho. Esta emancipação, na Teologia da Libertação, é pela política. O evangelho, para eles, é apenas uma referência para “convencer” a Igreja a assumir as posições que eles assumem.

Na América Latina, entre outros, surgiram três grandes órgãos que atuavam numa época mais prevalecente da Teologia da Libertação: o CLAI – Conselho Latino-Americano de Igrejas, que era mais de esquerda; a Fraternidade Teológica Latino-Americana – que era mais de centro;  e o  CONELA – Confraternidade Evangélica Latino Americana – um grupo mais conservador, que tinha Peter Wagner como um de seus principais representantes. A Fraternidade Teológica Latino-Americana atuava mais nesta visão de Missão Integral, enquanto o CLAI estava mais à esquerda, com a visão da Teologia da Libertação. Mas uma surgiu em função da outra – uma para conservar, outra para mediar e outra para radicalizar. E nós estamos neste meio. Uma com uma dimensão mais conservadora, enfatizando a evangelização; outra para radicalizar, enfatizando ações de natureza sócio-política; e outra tentando mediar os extremos. E nós, como Igreja, ficamos no meio disso tudo.

Às vezes queremos defender um lado e criamos oposição com o outro – é justamente essa radicalização e polarização que estamos enfrentando hoje. E como iremos agir? A Teologia de Missão Integral é, de certa forma, a teologia da libertação da Igreja evangélica. Isso porque a Teologia da Libertação surgiu no meio católico com Gustavo Gutierrez, um peruano. Depois vieram Leonardo Boff, Frei Beto, entre outros. Muitos teólogos surgiram neste período para enfatizar uma ação política social para trabalhar com a desigualdade, usando a Igreja como instrumento desta ação. Desta forma, há algumas coisas que devemos pensar. A tensão entre fé e obras, por exemplo. Alguns grupos enfatizam a fé enquanto outros enfatizam as obras – e, então, podem se encaminhar para heresias.

A Teologia da Prosperidade, por exemplo, deu muita ênfase à prosperidade material. A Teologia da Missão Integral tentou conciliar essas duas correntes, mas deu uma ênfase maior na ação social em detrimento da evangelização. Inclusive, a expressão popular que ouvimos: “Pregue o Evangelho e, se preciso for, use palavras”, atribuída a S. Francisco de Assis, não se encontra em nenhum escrito dele. É algo que se utiliza usando o nome dele para dizer que não devemos pregar, mas só viver. Isso parece ser algo bom, mas não é verdade biblicamente falando, pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela pregação da Palavra de Deus (Rm 10.17). Esta ênfase acabou sendo “turbinada” com muitos artigos que acabam por impedir que muitos preguem o Evangelho, enfatizando que não devemos mais falar.

Quando as palavras perdem a importância, a própria Bíblia perde a importância, pois a comunicação é por meio de palavras. Desta forma, a fé fica muito subjetiva, sem ação. Mas a Bíblia diz: “Eu cri, por isso falei” (2 Co 4.13). Obviamente, devemos viver o Evangelho, pois aquilo que pregamos, vivemos. Mas quais são as ênfases? É aí que vemos a polarização entre transcendência e imanência: a graça de Deus permeando as nossas ações versus a ação humana ou a ação política independentemente da graça. A Teologia da Libertação faz isso: ela imanentiza a fé e ignora a transcendência, a graça de Deus nas ações humanas, independentemente do que Jesus e o Espírito Santo fizeram. É sútil, mas muito forte.

Normalmente, nos momentos de grandes tensões, alguns desses defensores dão uma dimensão mais bíblica às suas pretensões para fugir do confronto com o universo de opiniões que está na sociedade. Quando as coisas se acalmam um pouco, eles entram com a práxis deles, com sua forma de pensar e agir segundo a realidade que enxergam. Entram, então, as teologias não bíblicas.

Certo dia, ouvi alguém pregando sobre Missão Integral, dizendo: “Temos de pensar que existem duas coisas em relação ao Evangelho. Primeiro, a salvação; segundo, a ação social!” Ou seja, ele dividiu o evangelho, sendo que o evangelho é também ação social. A Igreja não precisa de uma estratégia social, pois o evangelho é a sua própria ação social.

Nós, evangélicos, muitas vezes enfatizamos mais a fé do que as obras, mas o evangelho é toda a ação social da Igreja na sociedade. Ela não é uma coisa dividida em duas. É por isso que muitas pessoas entendem que a fé não se evidencia nas obras ou que as obras não são produto da fé. Cria-se, então, uma heresia! Quando adjetivamos o evangelho ele deixa de ser evangelho, pois lhe damos qualidades separadas da totalidade do mesmo. Por exemplo, o “Evangelho da Missão Integral”, o “Evangelho da Prosperidade” etc. Não é uma qualificação que fazemos do Evangelho que o torna mais ou menos efetivo, mas é o próprio Evangelho.

Quando caiu o muro de Berlim e toda a ideologia comunista daquela época, houve o fenômeno da globalização. Com isto, surgiu a chamada “ética globalista”, o estado como consciência coletiva da sociedade. Assim, a Igreja passou a ser perseguida por causa das suas dimensões éticas, culminando com os problemas que estamos enfrentando hoje. Chega-se a dizer que os filhos não são dos pais, mas do Estado. Este globalismo é um grupo de mega capitalistas com pressupostos socialistas que querem dominar todo o mundo. Com isso, surgiu o chamado “multiculturalismo”, ou seja, começou uma tentativa de unificação da cultura. Isso nos faz lembrar de Babel: uma só língua, um só propósito, um só governo – o governo do anticristo que será estabelecido, apoiado pelo falso profeta (os grupos religiosos que estarão com ele). Esses grupos querem comandar as nações tendo por detrás o próprio Satanás, pois ele almeja o que é de Jesus – e as nações foram dadas a Jesus.

Então eu pergunto: Como é que Jesus se torna realmente rei? Como é que as nações se tornam realmente dele? A resposta é: Porque existe um grupo que foi comissionado para fazer discípulos de todas as nações – a Igreja. Esta é a forma de combater este sistema. Não precisamos brigar com quem está fazendo coisas erradas; precisamos fazer o que nos foi ordenado fazer: “discípulos de todas as nações”. Amém!

Jamê Nobre

Esses dois movimentos propõem transformação social. No entanto, todo sociólogo honesto sabe que existe uma força de transformação social chamada “Igreja” operando no mundo. Não existe, segundo eles, uma força maior que a Igreja para transformar a sociedade. As pessoas se livram de vícios, as famílias se estabilizam, pessoas encontram empregos e prosperidade… e os irmãos cooperam para tudo isto acontecer. Eu pedi para Ademir trazer essas explicações, para enfatizar que esses movimentos não podem nos iludir. Nós temos alguns líderes cristãos muito famosos no Brasil que entraram na visão da Missão Integral e se perderam do Evangelho.

O que a Palavra de Deus fala sobre transformação social, de uma pessoa ser cívica ou política neste momento? Não podemos simplesmente dizer que não somos políticos ou que não nos envolvemos com política, pois a decisão de não se envolver com política já é uma posição política. Aliás, a falta de decisão é uma decisão. O que não podemos ser é políticos partidários, porque partido não presta. Afinal, se fosse bom, seria inteiro! As coisas de Deus são integrais, completas, perfeitas. Então, se eu parto algo estou dividindo com alguém ou de alguém.

Paulo disse: “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos…” (Gl 5.20). O Espírito do Senhor não tem nada a ver com partidos. No entanto, nunca podemos deixar de ser políticos.

“E soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos, que pelo Espírito Santo, por boca de nosso pai Davi, teu servo, disseste: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram- se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente se ajuntaram, nesta cidade, contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, não só Herodes, mas também Pôncio Pilatos com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho predeterminaram que se fizesse. Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falam com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus. E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus.” (At 4.24-31)

Vemos neste texto uma ação política, um movimento na sociedade, algo que estava perturbando a cidade e mudando o status quo da mesma. Perceba que não existe nenhum partido, mas todos estavam unânimes. Veja que eles estão situando aquele momento sob a luz de Salmos 2. Eles discerniram que havia um movimento contra Deus e nós também precisamos discernir isto, pois “não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.” (Ef 6.12).

Quem foi que promoveu a perseguição, o aperto à igreja, a crucificação e morte de Jesus? O próprio Deus! Ou seja, nós precisamos crer em última instância na soberania de Deus! Às vezes dizemos: “Mas o comunismo vai entrar, estamos perdidos!” Mas, então, onde fica Deus nisso? É por isso que eu gosto de uma resposta de Jorge Himitian quando lhe perguntamos se “está tudo bem”: “Sim, tudo bem! Deus está no trono, então está tudo tranquilo!”

Foi-nos ensinado que existe na esfera celestial uma briga constante entre Deus e o Diabo e um dos dois está quase perdendo. Mas isso não existe! Quando Satanás picou o calcanhar do homem, este mesmo calcanhar esmagou a cabeça da serpente (lá na cruz) e a Palavra diz que nós “somos mais que vencedores” (Rm 8.37). Portanto, esta guerra já está ganha! O Senhor já venceu, mas Ele quer que nós tomemos posse, pois Ele nos chamou para sermos vitoriosos com Ele. Assim, nós estamos do lado dos vencedores, do lado de quem já venceu. Não podemos perder de vista a soberania do Senhor, pois esta é a nossa âncora, é o que nos sustenta: “para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho predeterminaram que se fizesse!”

Qual foi a reação da igreja diante daquele conflito? “Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falam com toda a intrepidez a tua palavra, Jesus.” A nossa ação não é brigar politicamente, mas é pregar a Palavra. Diante de todo esse conflito atual, só temos uma solução: pregar o Evangelho!

Aqueles discípulos dividiram o contexto em duas situações: Primeiro, eles pregaram o evangelho; segundo, o Senhor fazia os sinais. Eles iriam pregar e o Senhor iria curar. Essa é a ação política que Deus quer que façamos: “…enquanto estendes a mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus.” Em seguida, aquele lugar tremeu, mostrando com isso que Deus estava com eles.

Qual foi a posição de Jesus, como cidadão, em relação aos impostos, às autoridades etc.? “Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.” Esta deve ser a nossa posição! Eu temo quando levantamos a voz para julgar as autoridades, pois quem as colocou foi o Senhor, e não nós. Quem vai criticar, julgar e punir as autoridades é quem as colocou. Portanto, precisamos tomar cuidado com as nossas críticas. Tenho visto e ouvido alguns irmãos muito ferinos, venenosos ao falar do governo, mas Deus não nos constituiu como juízes do governo. É obvio que não somos cegos – sabemos o que está certo ou errado, temos capacidade para discernir se uma ação é boa ou ruim. Mas julgar e condenar não está em nossas mãos. Isso pertence ao Senhor, o reto Juiz.

Um dia, eu estava conversando com um juiz que ficou muito famoso no Brasil porque se envolveu com adoção de crianças, e muitas delas foram embora do Brasil. Tínhamos um orfanato em Jundiaí e havia muita gente interessada tanto no prédio quanto no nosso trabalho. Então ele me disse: “Vocês precisam abrir mão disso”, usando ameaças veladas. Eu lhe disse: “Doutor, nós ocupamos posições muito estratégicas e importantes. A Palavra de Deus diz que nós dois, eu como pastor e o senhor como juiz, vamos nos apresentar diante de Deus e Ele vai nos julgar pelo que estamos fazendo.” Abri a Palavra e lhe mostrei onde estava escrito: “Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.” (Rm 14.10). “Um dia, nós dois comparecemos diante do reto Juiz e pagaremos tudo o que fizemos com as nossas obras.” Ele tremeu nas bases!

“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.” (Rm 13.1,2)

É verdade que existem muitas autoridades corruptas. O homem é corrupto, mas o posto que ele ocupa foi Deus quem lhe deu e, portanto, devemos tomar cuidado com isso. Lendo a carta de Judas, percebemos a seriedade deste assunto:

“Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem.” (Jd 1.8-10)

Nós temos muitos motivos para falar do Diabo (e Miguel muito mais), mas ele apenas disse: “O Senhor te repreenda!” Ele não levantou sua voz com nenhuma condenação. É por isso que precisamos obedecer ao que Paulo fala em Romanos 13, que lemos acima. Mas o texto continua:

“Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem…” (Rm 13.3,4)

Existem dois tipos de autoridades na face da Terra: Igreja e civil. A autoridade da Igreja tem poder para perdoar pecados; a autoridade civil tem poder para punir crimes. Digo isso, porque acontecem algumas situações na igreja onde irmãos praticam crimes e nós, pastores, queremos intervir nisso. Pecado é perdoado, mas crime é punido. Nossa área é tratar com os pecados; os juízes, advogados e promotores tratam com os crimes. Nós não temos autoridade para perdoar crimes, pois isto está fora da nossa alçada ou jurisdição.

Certa vez, um jovem saiu da nossa reunião e foi assaltar a casa de um irmão que estava na mesma reunião. O irmão prestou queixa e fez um B.O. Tempos depois, eu descobri o autor do roubo. Sentei-me com ele e, muito arrependido, me perguntou o que devia fazer. Eu lhe disse que deveríamos ir até a Delegacia para ele se entregar. Ele respondeu: “Mas eu vou ser preso!” Disse-lhe: “E o que você merece? O que eu prometo é que vou lhe visitar!” Ora, isso foi um crime e, portanto, saiu da minha alçada. Nós não temos direito, como pastores, de tratar com crimes, pois, para isso, Deus instituiu autoridades específicas e não podemos misturar as coisas. Pastor que trata com crime se torna cúmplice, conivente e criminoso também. A família dele se revoltou contra mim, mas eu não podia fazer nada, pois estaria fora do meu chamado. Ele foi preso, passou um tempo na cadeia, saiu e tempos depois faleceu.

“…entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.” (Rm 13.4-7)

Qual é essa consciência? Que eles são ministros de Deus. Para qual finalidade são esses tributos? Para pagar os ministros do Senhor. Dízimos sustentam obreiros na Igreja; impostos sustentam esse outro tipo de ministros. Será, então, que devemos nos calar diante das injustiças? Não, pois isso nos tornaria cúmplices das mesmas. Vejamos o caso de João Batista:

“Por aquele tempo, ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus e disse aos que o serviam: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas. Porque Herodes, havendo prendido e atado a João, o metera no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão; pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.” (Mt 14.1-4).

João foi preso por ter acusado Herodes de estar cometendo um ato ilícito e ele não podia se calar diante daquela injustiça. Às vezes devemos escrever uma carta ou e-mail para alguma autoridade em qualquer área em que ele atue. Isso é denunciar o que está errado. Não é atacar pessoas, mas falar dos erros que estão cometendo. É denunciar o ato e não condenar a pessoa. Não é emitir um juízo sobre a pessoa, mas apontar seu erro. Infelizmente, porém, a Igreja não tem o costume de fazer isso e depois quer que as coisas mudem. Ora, nós somos o sal e a luz desta Terra e, portanto, precisamos aprender a denunciar!

Eu oro a Deus para que seja aprovado no Brasil o voto distrital, ou seja, podermos votar nas pessoas que estão mais perto da minha casa, do meu bairro. Um vereador, por exemplo, atenderia a região onde mora. Desta forma, todos vão conhecer seus procedimentos, ações, modo de vida e, então, ele será cobrado por isso. Isso sim seria um fator de muita mudança.

Noé foi chamado por Deus de “pregador da justiça” (1 Pd 2.5). A Bíblia não é clara ao falar do tempo que ele passou construindo a Arca, mas foi por volta de 120 anos. Em cada um desses dias ele estava falando ou proclamando a justiça de Deus, denunciando a situação da sociedade ou do mundo em que vivia.

Pedro também fala de Ló, que foi “afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles)” (2 Pd 2.7,8). Ló não se conformava com a situação ao seu redor, assim como nós também não podemos nos conformar. Estamos aqui para falar, para denunciar, para trazer à luz aquilo que está errado. Ora, se eu quero que alguma coisa mude, eu tenho de denunciar (e não julgar). E temos muitas ferramentas hoje para fazer isso. João Batista fazia exatamente isso:

“Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo.” (Lc 3.10-14)

Este é o verdadeiro socialismo: quando você parte o que você tem, e não quando tenta repartir o que o outro tem. O que aconteceu em relação ao comunismo? Quando o Muro de Berlim caiu, aparentemente acabou o comunismo. Mas o governo pegou todas as grandes empresas e deu para os amigos – e o povo continuou sem nada, na miséria. Alguns tomaram posse das grandes riquezas da União Soviética e ficou por isso mesmo. Ora, eu nunca vi uma manifestação em prol da justiça social propondo repartir os bens dos manifestantes, dividindo-os com os pobres.

No texto acima, foram dois publicanos que questionaram a Jesus. Publicanos eram as pessoas mais corruptas e corrompíveis que existia. Por isso os judeus não gostavam deles, pois eles cobravam impostos para dar aos romanos. Era, portanto, uma classe muito desprezada. João simplesmente lhes respondeu: “Não cobreis mais do que o estipulado.” Ele não pregou contra eles, não os mandou dar um golpe de estado em Roma. Aos soldados, João respondeu: “A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo.” Isso é justiça social, isso é uma vida política correta.

“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lc 17.20,21)

Jesus, em seguida, dá orientações do que deveriam se preocupar. Os que seguiam a Jesus tinham a mesma preocupação. Certa vez lhe perguntaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6) Assim como eles, nós também, muitas vezes, entendemos que o Senhor virá para estabelecer um reino a partir das posições de governo.

Há uma doutrina – e também um livro nesta área chamado “Cidade de Deus” (de Agostinho) – que tenta mostrar que quando os governantes são cristãos, o reino de Deus vem. Mas o próprio Jesus disse que o “o reino de Deus não vem com visível aparência”. Quando Deus fala no Antigo Testamento sobre justiça social, Ele fala da forma de jejuar:

“Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58.5-7)

É isso que agrada a Deus, é isso que chamamos de JUSTIÇA SOCIAL. A justiça social não é promovida pelo governo, mas pelo cristão cheio do Espírito Santo. É por isso que não podemos esperar do governo que ele faça algo neste sentido. Isso é para gente transformada por Deus, pessoas que têm um novo coração – a Igreja.

Alguns dizem: “Mas nós precisamos nos levantar contra o aborto!” É verdade! Inclusive fazemos manifestações e protestos contra isto, denunciando essa prática pecaminosa. Precisamos, sim, ter esses movimentos sociais ou políticos, mas como se resolve a questão do aborto? Pregando o evangelho às meninas, levando-as a Cristo e fazendo-as compreender que sexo é uma coisa santa, que só pode acontecer dentro do casamento, e que filhos são bênçãos de Deus. É desta forma que acabamos com os abortos! Infelizmente, estamos querendo que o governo resolva isso, mas quem resolve isso é o Evangelho. É verdade que isso pode demorar muito, pois a Igreja está atrasada neste sentido. Precisamos então pregar o Evangelho com mais urgência e velocidade, pois é ele que resolve todas essas questões. Inclusive, nossas manifestações podem impedir que o governo aprove leis de assassinatos (abortos). Recentemente, a lei do aborto não foi aprovada na Argentina porque a Igreja foi para as ruas – e nós temos de fazer o mesmo, atacando a causa do problema.

E sobre a descriminalização das drogas? Somos contra ou a favor? Obviamente, somos contra. Aliás, não há nada que mate mais do que o cigarro. A bebida é livre, está dentro da lei; porém, não há nada que destrua mais uma família do que a bebida. Por isso somos contra! Mas o que fazemos com quem bebe e se droga? Temos de pregar para que eles passem a odiar essas coisas, para que seus corações sejam transformados, para que eles não precisem mais das drogas e bebidas. Ou seja, temos de trabalhar nas raízes das situações. Isso não significa que não devemos protestar contra a descriminalização das drogas, mas o que resolve mesmo é a conversão das pessoas ao Senhor Jesus.

Precisamos lutar para que o Estado Brasileiro faça sua parte em relação às crianças abandonadas. Números antigos dizem que há mais de três milhões de crianças abandonadas no Brasil e nós precisamos denunciar isso! Temos de cobrar as políticas públicas, mas temos de abrir as nossas casas para adotar crianças sem pais. Há muitos mitos nessa questão. Eu já vi crentes dizendo que não adotam porque não sabem “qual é o espírito desta criança”. Então eu pergunto: “Mas qual era o seu espírito? Você era filho de quem antes de se converter? Quem era seu pai?” Isso é desculpa para não adotar.

É lógico que existem riscos, afinal, ter filhos é um risco! Alguns, inclusive, citam a questão de crimes praticados por filhos adotivos contra seus pais. Mas as estatísticas dizem que muito mais filhos naturais cometem crimes contra seus pais do que os adotados. Isso é um fato! Existem muitos mitos, mas são apenas desculpas que usamos para não permitir que “o solitário habite em família”. Portanto, precisamos abrir nossos corações para adotar e falar disso às nossas congregações. Têm casais com 5 ou 10 anos de casados ainda sem filhos. Talvez seja por causas naturais, mas então adote! Lembre-se que os anjos das crianças assistem diante de Deus de dia e de noite (Mt 18.10) – e nós temos de abrir nossos corações para isso. Esse é um dever da Igreja, portanto, vamos parar de falar da atitude do governo. O governo não vai fazer isso porque não tem coração; quem tem coração é a Igreja. Temos de mudar nossa mentalidade e adotar os que estão perdidos e solitários.

O Salmo 68.6 diz que a promessa de Deus é trazer o solitário para habitar em família. Mas e se a família não se abre? Por favor, pelo menos ore sobre isso e, se Deus confirmar, pregue isso aos seus discípulos, desafie os jovens casais a ter filhos e também a adotarem.

Temos, também, de ter consciência quanto às mortes no trânsito. Atualmente, mais de 60 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de acidentes de trânsito e mais de 300 mil ficam lesionadas. Esses 60 mil são pessoas que morrem na hora, pois os que morrem depois não entram nesta estatística. Poucas guerras matam tanta gente como o trânsito. O que estamos fazendo quanto a isso?

Eu comentava com um grupo que o crente é conhecido em três lugares: no trânsito, na mesa e no jogo de futebol. Nós precisamos ser cheios do Espírito Santo no trânsito, pois, se não fizermos isso, não podemos pedir que alguém o faça. Temos de ser exemplos no trânsito, pois este tipo de morte hoje é algo epidêmico e os irmãos precisam aprender a dirigir. Um dos meus sonhos é que nós, pastores, comecemos a dar cursos de Direção Defensiva às nossas congregações. Direção Defensiva é a capacidade de prever os acontecimentos. Ora, uma questão que produz mais de 60 mil mortes por ano não é uma questão tola! Mas o que temos feito sobre isso? Devemos ensinar as pessoas a atravessar as ruas usando as faixas de pedestres, ensinar os motoristas a respeitar semáforos, a dar setas, a dirigir com segurança e cautela etc. São coisas pequenas, mas que têm a capacidade de mudar a sociedade. Isto também é ação política, e não partidária.

O Reino de Deus não será implantado por um movimento político de massa. Pensando em Jesus Cristo, ele poderia ter feito, em alguma altura, um milagre fantástico e trazido um medo pavoroso às pessoas fazendo com que todos se convertessem a ele! Sim, mas o Reino de Deus não é conquistado desta forma. É um trabalho de formiguinha – uma conquista de cada coração até que todos sejam salvos. Este é o nosso papel: pregar o Evangelho, porque é isso que realmente resolve tudo o que precisa ser resolvido na sociedade. Mas não é pregar o evangelho apenas para a pessoa não ir para o inferno e, sim, para que haja uma transformação social no nosso país.

Tempos atrás eu estava conversando com Horácio, um irmão em Cristo, agente do TCU em Brasília (talvez o homem mais preparado hoje no Brasil na área de fiscalização de contas) e dizia-lhe: “Horácio, vocês têm muita gente ruim em Brasília!” Ele respondeu: “Jamê, são vocês que os mandam para cá!” É verdade! As pessoas que mandamos para lá saem das nossas cidades, do nosso meio, da nossa vizinhança – e muitos são crentes. Mas eu não vou criticá-las e, sim, trabalhar com elas.

Mas temos muitos exemplos positivos também. Há um irmão que foi deputado estadual no Paraná por várias legislaturas, um verdadeiro discípulo do Senhor. Ele mora em Cascavel e, um dia, me ligou dizendo: “Jamê, eu queria me candidatar à Prefeitura da cidade, pois eu amo minha cidade e quero fazer algo para mudá-la!” Eu lhe perguntei: “Mas você já tem uma equipe ou vai fazer conchavos e cambalachos?” “Não, ainda não tenho equipe”, respondeu ele. “Então não entre agora”, disse a ele. “Você tem 4 anos para preparar uma equipe, montar um programa de governo com gente boa e depois, então, você se candidata!” Ele fez isso. Montou uma equipe, chamou várias pessoas qualificadas, crentes e não crentes, trabalhou muito e foi eleito prefeito. No mês passado este homem, Paranhos, prefeito de Cascavel estava com 84% de aprovação popular. O índice de criminalidade na cidade baixou muito e está acontecendo uma grande transformação social naquele lugar – isso por uma ação política da Igreja por meio do evangelho.

Eu creio que Deus vai levantar homens cheios do Espírito Santo para essas posições, assim como levantou Daniel, José etc. Homens que não vão se levantar por meios ilícitos, de “espertezas”, de conchavos políticos. Aliás, qual foi o caminho traçado por Daniel e José para chegarem naquela posição? Se você passar pelos mesmos caminhos que eles trilharam, com certeza sua posição será abençoada por Deus. Homens que não foram para a política para ganhar dinheiro, mas por amor à sua cidade, à sua nação. Eu não sou contra irmãos se candidatarem, mas não creio que pastores devam fazê-lo, pois seu chamado e ministério é para cuidar das ovelhas. No entanto, Deus vai levantar irmãos que têm esse chamado.

No que compete a nós, Igreja, vamos ter ações políticas para mudar o nosso ambiente e, acima de tudo, pregar o evangelho. Esta é a melhor resposta da Igreja à nossa nação. Estamos vivendo hoje, talvez, o momento mais grave que já passamos no Brasil. É um momento de profunda perplexidade. Temos visto muitos irmãos abalados pelas estatísticas, pelas pesquisas. Mas não podemos nos abalar por isso, pois lembre-se e creia sempre que O NOSSO DEUS É SOBERANO! Amém!

Anexo

Eleições de 2018 – Nosso papel como Igreja

“Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade. Isso é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador.” (1 Tm 2.1-3)

Como cristãos e pertencentes à sociedade brasileira, somos cidadãos com direitos e deveres. Da mesma forma e com peso ainda maior, somos cidadãos dos céus, membros da família de Deus na Terra e representantes do Altíssimo aqui.

Todo cidadão, ainda mais sendo cristão que se preze, cumpre seus deveres da mesma forma que exige seus direitos. É nosso direito escolher, através do voto, nossos representantes e, como cidadãos, é nosso dever votar. Quando não exercemos em conjunto, direitos e deveres, perdemos a qualidade de cidadão (Fp 1. 27).

Como pastores na igreja de Cristo, sentimo-nos na responsabilidade em trazer o ensino necessário a respeito desse tempo de eleições que estamos vivendo em nossa nação.

O apóstolo Paulo nos deixa claro em suas palavras o quanto é importante que oremos por aqueles que estão em posição de autoridade. Sabemos, por meio das Sagradas Escrituras, que toda autoridade é concedida por Deus, e esse é mais um motivo para clamarmos a Deus por aqueles que estarão exercendo um papel de autoridade em nossa nação. É responsabilidade de todo cristão buscar a Deus para saber a quem destinar o seu voto.

Propomos aos irmãos os seguintes critérios antes de dar o seu voto.

1°) Orar por sabedoria. “O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento. Os insensatos, porém, desprezam a sabedoria e a instrução.” (Pv 1.7)

2°) Pesquisar as propostas que os candidatos oferecem. Assista aos debates, mesmo os que já passaram, veja as gravações, procure no canal do Youtube. Pergunte a mais de uma pessoa de sua confiança sobre sua opinião política.

3°) Observar se o candidato não está sendo indiciado ou condenado por corrupção em primeira instância. Baixe em seu celular o APP Ficha Limpa, onde você terá acesso a essas informações. Não vote em candidatos com histórico de participação em negócios suspeitos.

4°) É contra o aborto? Esse é um valor cristão que não podemos abrir mão. Nosso Deus tem o dom da vida, Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida…” (Jo14.6). Isso é inegociável!

5°) Tem uma boa visão sobre Israel? Como cristãos, não podemos admitir que o presidente de nosso país prive o Brasil de receber a bênção prometida por Deus a Abraão de que todos aqueles que abençoassem Israel seriam abençoados. Receber essa bênção é importante para nossa Nação! Deus declarou isso em sua Palavra (Gn 12.3).

6°) Dará continuidade à operação Lava Jato? O fim da Lava Jato significa interromper um processo de cassação aos corruptos que têm passado em nossa Nação sem nenhum tipo de punição (Êx 34.7).

7°) É explicitamente contra as ideologias que distorcem a Palavra de Deus? Não podemos ignorar o que Deus disse sobre a criação, seu propósito e como Deus vê a perversão do homem (Gn 1.27; Rm 1.18-31).

8°) Escolher Deputado Estadual, Federal e Senador é quase tão importante quanto eleger alguém para o Executivo, como o Presidente da República. Os homens que assumirem a Câmara Legislativa irão delinear nosso futuro como nação, promulgar possíveis leis que poderão ferir nossa fé, nossa família e nossa sociedade.

9º) Não devemos romper relacionamentos com irmãos que eventualmente tenham orientação política diferente da nossa. É importante conversar, argumentar se for possível, porém, qualquer coisa além disso abrirá brechas para que Satanás tenha vitórias em nossa família espiritual. Ore, ore, ore, e depois de orar, ore mais ao nosso Pai, em nome de Jesus, por nossa nação e contra Satanás.

10º) Votar em branco ou nulo não é recomendável, visto que votando assim, ainda que seja um direito democrático, você não contribuirá de forma construtiva para o processo.

11º) Convocamos a cada irmão para fazer um jejum de 3 dias antes das eleições, da forma que lhe for mais conveniente. O jejum total, como foi o caso de Ester, pode ser adotado caso você sinta o Espírito Santo lhe impulsionando para isso. De qualquer forma, todos nós devemos sentir o peso das grandes ameaças que pesam sobre nossa nação e fazer um jejum total ou parcial por 3 dias, que pode ser em dias sequenciais ou não, na semana que antecede o primeiro turno das eleições. Nos dias 05 e 06/10, (às vésperas da eleição) o presbitério vai proclamar uma Torre de Oração para essa finalidade. Programe-se para participar conosco!

Colocamos aqui esses simples critérios, com o objetivo de ajudar você a acertar o alvo e cumprir a vontade de Deus na Terra. Representamos o Altíssimo e em tudo o que formos fazer, devemos tentar nos aproximar ao máximo de como Ele faria e sempre com responsabilidade, pois entendemos que este é um momento importante em nossa nação. Um momento onde a situação poderá mudar para um lado ou para o outro, para melhor ou para pior e, por isso, precisamos participar com olhos abertos.

Presbíteros em Jundiaí

Transcrição e Edição: Luiz Roberto Cascaldi

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