Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus. (Ef 2.1-7)
Essa era a nossa condição antigamente: estávamos mortos em nossos delitos e pecados; vivíamos segundo o curso deste mundo. Todos nós estávamos aprisionados por Satanás em alguma situação da vida: vícios, doenças, pecados etc. Por isso é maravilhoso estarmos hoje reunidos juntos!
Imagine uma pessoa que está condenada à morte, sem esperança alguma. Mas, de repente, chega alguém e lhe diz: “Você está livre, não precisa mais morrer!” Assim éramos nós: estávamos condenados à morte eterna, mas um dia o Senhor Jesus nos amou, escolheu, chamou-nos pelo nome e nos libertou. Há um cântico que diz: Nós somos o povo que Deus libertou, verdadeiramente somos livres; pois fomos comprados por seu grande amor, sim, Cristo nos libertou! Aleluia!
Antes andávamos a passos largos em direção ao lago de fogo, o inferno; não tínhamos outra opção ou destino. Toda nossa força, trabalho e esperança eram em vão, mas um dia o Senhor mudou a nossa sorte. A minha sorte foi mudada há 41 anos. O Senhor me salvou quando eu tinha 16 anos, apesar de ter nascido em um lar cristão. Ele me resgatou da minha vã maneira de viver e, desde então, eu pertenço ao meu Senhor. Eu não sei quando você foi comprado por Deus – alguns mais, outros menos tempo –, mas o importante é que você foi comprado por um alto preço, o sangue de Jesus!
Lemos em Gênesis que Adão estava sozinho na Terra e o Senhor preparou-lhe uma companheira. Como ele fez isso? Adormecendo a Adão e, de uma de suas costelas, formando a mulher: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.” (Gn 2.23). Adão é figura de Jesus e Eva é figura da Igreja. Lá na cruz, antes de morrer, um soldado feriu o lado de Jesus e dele saiu sangue e água (Jo 19.34). Naquele momento a Igreja foi gerada. Assim como a mulher foi tirada do lado do homem, a Igreja foi tirada de Cristo. Por isso, a Igreja é osso dos ossos e carne da carne de Cristo. A Igreja é Cristo!
Paulo diz: “…estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo”. A vida que nós recebemos é a vida de Cristo – uma vida que vence, que transcende a tudo e a todos. Assim, você pode ter uma vida vencedora, triunfante, abundante por causa de Jesus!
Hoje, por meio da Ceia, proclamamos a vitória do Senhor. Esta mesa é a vitória completa do Senhor Jesus sobre qualquer tipo de situação ou problema. O sangue que saiu do lado de Jesus representa a nossa redenção – fomos comprados pelo seu sangue, pertencemos a ele e demônio nenhum pode nos tirar dele; ninguém pode nos separar de Cristo, pois ele nos comprou e somos dele. A água representa a vida vencedora que o Senhor nos deu após a salvação. Jesus “nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus”. Aleluia! Amém!
Antônio Stodolny
Damos graças ao Senhor, porque hoje foi colocada uma mesa diante de nós. Nesta mesa, encontramos duas coisas da parte de Deus em nosso favor: o suco da uva e o pão. Esses elementos já passaram por todo um processamento. Para termos o vinho (ou suco), a uva teve de passar por diversos processos, desde a colheita na videira, o esmagamento, a morte da fruta. Jesus Cristo passou exatamente por essa mesma situação. Ele foi esmagado, moído, morto, mas agora ele está nesta mesa. O pão (o trigo), da mesma forma foi plantado, morto, processado, assado – assim como Cristo o foi. Hoje temos, então, Cristo nesta mesa como o pão e o vinho.
Em Gênesis 14, lemos que Abraão lutou contra cinco reis e seus exércitos com apenas 318 homens e os venceu (v.14). Logo em seguida, ele se encontrou com Melquisedeque, a quem o escritor de Hebreus descreve como o “rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.” (Hb 7.1-3). O que foi que Melquisedeque deu a Abraão neste encontro? “Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo” (v.18).
Pão e vinho é comida de vencedor! Eu não sei o que você venceu para estar aqui neste dia, mas algum rei você derrotou. Talvez o rei do desânimo, da preguiça, do sono, da enfermidade, da incredulidade etc. São muitos os reis que se levantam diariamente contra nós e, se não os vencermos, não conseguiremos chegar diante da mesa do Senhor, diante do pão e do vinho.
Lemos em Romanos 8 o que Paulo disse a esse respeito:
…quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rm 8.35-39)
Assim, pense em qual tem sido o seu problema, seu empecilho na vida, sua guerra diária e repita essa frase: “Em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.” Nada e ninguém “nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Esta mesa é o resultado do amor de Deus, que “processou” seu filho Jesus por nós – e todos os que dela participam entram na mesma vitória do Senhor!
No livro de Apocalipse temos uma profecia de Deus para nós. João se refere àquilo que o sangue de Jesus, o vinho desta mesa, representa e faz por mim e por você: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte.” (Ap 12.11). Muitos de nós aqui hoje são o “eles” a quem este verso se refere. O sangue do Senhor nos dá a vitória. Portanto, quem participa desta mesa, participa também da vitória de Jesus Cristo! Glória a Deus!
Francisco Vanderlinde
Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. (1 Co 11.23-26)
Hoje nós estamos aqui para fazer exatamente isso: proclamar a morte do Senhor até que ele volte. Essa foi uma ordem de Jesus a nós. O que nos chama a atenção, porém, é o que o texto repete duas vezes a palavra “memória”. Pesquisando a esse respeito, descobri que no original em grego a palavra tem o sentido de “trazer à memória uma vívida experiência”. Ou seja, quando participamos da mesa do Senhor temos uma viva experiência de que estamos em Cristo e ele em nós. É esta vitória que ele já nos deu, que celebramos hoje.
…e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos; e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz. (Cl 2.13-15)
Jesus triunfou, venceu todos os seus e os nossos inimigos na cruz. A ceia, portanto, é a celebração ou declaração desta vitória. A Bíblia diz que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Até Jesus vir à Terra, havia esta maldição sobre a humanidade e Satanás usava isso para prender a todos. Porém, quando Jesus foi para a cruz ele disse: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (Jo 15:13). Assim, no maior gesto do seu amor por nós encontramos a nossa vitória! Quando Satanás julgou que Jesus era “apenas mais um homem mortal”, que iria acabar com ele e prendê-lo da mesma forma que todos os outros, ele se enganou e perdeu, pois Jesus não tinha pecado algum. Ele ressuscitou triunfantemente e nos garantiu a vitória juntamente com ele.
No tempo da Lei, das ordenanças de Moisés, costumava-se oferecer sacrifícios para expiação dos pecados. Mas isso tinha de ser feito anualmente, pois esses pecados eram perdoados somente por um tempo. Porém, um dia, João Batista disse, apontando para Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1:29). Muito mais do que simplesmente perdoar, cobrir, Jesus veio para tirar o pecado do mundo!
“Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.” Portanto, ao participarmos da mesa do Senhor, ao anunciarmos a sua morte, estamos cooperando, contribuindo, apressando a sua gloriosa volta! Aleluia!
Tony Felício
…porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se embriaga. (1 Co 11.21).
Essa era uma realidade complicada em Corinto, pois os irmãos estavam praticando coisas diferentes do que Paulo havia ensinado. Naquele momento, então, ele fez uma correção, pois havia uma incoerência trágica: a ceia era para ser repartida! Nós nos sentamos à mesa, não para tomar antecipadamente o que é nosso, mas para repartir o que trouxemos com o outro. O nosso desejo, ao nos assentamos à mesa, não deve ser: “Vou pegar o meu primeiro”, e sim: “Eu vou repartir, vou dar primeiro”.
Paulo corrigiu os irmãos porque havia um problema: cada um levava uma quantidade de alimentos, formava-se uma grande mesa e repartia-se com todos. Porém, alguns (com mais posses) levavam uma quantidade maior e pensavam: “Eu vou comer logo, pois em breve os pobres vão chegar; eles não vão trazer nada e irão comer tudo o que eu trouxe.” Isso era uma tragédia terrível (e não simplesmente uma questão de falta de educação)!
Quando Jesus realizou a páscoa junto com seus discípulos ele disse: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão” (Lc 22.15). Foi nesta celebração que ele realizou a primeira ceia. Isto significa que Jesus se reuniu com seus discípulos, mas não com um sentimento de obrigação, pensando no que eles iriam querer tirar dele e dizendo: “Vou garantir logo o que é meu!” Não! Isso é algo horrível, absurdo, incoerente! Ao contrário, o desejo ansioso de Jesus ao sentar àquela mesa foi dar de si mesmo aos outros para que eles recebessem da sua própria vida.
Hoje nós estamos reunidos em volta desta mesa com muitos irmãos. Por isso, nosso desejo nesta hora é repartir o que temos com os irmãos e receber o que eles têm de Deus para nós. Isso precisa ser uma prática constante em nossas vidas! Nenhum de nós pode celebrar a ceia com o pensamento de “pegar o que é meu, antes que me falte”. Também, este raciocínio não pode ser apenas para o dia da celebração da ceia, mas ser uma realidade que caracteriza os nossos relacionamentos. Ou seja, o tempo todo eu devo pensar: “O que é que eu tenho que pode contribuir para fazer o bem ao outro?” Essa é a “cara” de Jesus – é pensar em como eu posso fazer o bem. É repartir, é dar, é fazer com quem está ao meu lado se sinta alimentado, saciado.
Não há fome em quem se senta à mesa com Jesus, então, também não pode haver fome naqueles que se sentam à mesa conosco, pois repartimos a bebida e o alimento que temos e, juntos, experimentamos do cálice e do pão do Senhor.
Em termos mais práticos – e isso tem sido algo muito forte no meu coração nos últimos meses –, o que eu falo ou faço precisa fazer bem para você. Eu não posso fazer ou falar algo que lhe faça mal. O bem pode não ser exatamente o que você espera. Não é que eu deva falar algo para agradar o seu coração, independentemente da verdade contida nesta fala, mas eu preciso pensar: “Senhor, será que o que eu vou falar ou fazer será bom, fará bem ao meu irmão, à igreja? Será que vai cumprir com o teu propósito?” Se sim, então é o que eu devo fazer ou falar, pois fará bem a todos. Resumindo, todas as minhas obras, palavras e serviços precisam fazer bem aos meus irmãos. Assim, quando nos assentamos à mesa do Senhor, o fazemos para repartir, compartilhar o que pode lhes fazer bem.
Isso foi muito forte na vida de Jesus. Ele não viveu para o sucesso, mas viveu na expectativa da sua morte. No entanto, sua morte foi o seu sucesso! É por isso que Paulo diz (1 Co 11.26) que devemos celebrar a ceia também “em memória” da morte de Jesus até que ele volte.
Hoje temos dois momentos fantásticos diante de nós: Jesus morreu e Jesus irá voltar! E ele vai voltar porque ele morreu, ressuscitou e comprou para Deus “homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” (Ap 5.9b,10). Ele voltará para buscar o seu povo, para reedificar, restaurar e cumprir todo o propósito do Pai. Bendito seja o nome do Senhor, porque ele morreu e ele voltará! Amém!
José Carlos Marion
Recentemente, Harold Walker esteve em Israel reunido com aproximadamente 80 cristãos de muitas partes do mundo. Eles realizaram uma ceia e algumas pessoas deram seus testemunhos. Ele nos relatou a história de um pastor canadense, que muito se assemelha às nossas próprias histórias.
O pai dele era muito rígido e exigia um desempenho muito grande dos filhos. Quando algum filho tirava uma nota 9 ou 10 na escola, ele ficava alegre por uma semana. Este pastor, no entanto, não tinha bons desempenhos escolares, mas, em uma ocasião, ele tirou uma nota 9 em uma matéria. Quando a família se reuniu, ele comentou sobre essa nota ao seu pai, que esboçou um sorriso, mas, logo em seguida, se entristeceu. Ele não entendeu porque seu pai agiu com ele desta forma, diferente dos demais. Quando todos saíram, ele perguntou o motivo disso à sua mãe e ela lhe disse: “Não, filho, seu pai ficou contente.” “Mas, mãe, nós estamos acostumados a vê-lo contente por uma semana – e no meu caso foi apenas por alguns instantes! Por que ele agiu assim?” E a mãe respondeu: “É que ele está triste porque dois de seus irmãos brigaram!”
Eu entendo que isso é algo muito importante, pois é exatamente o que se passa no coração do nosso Pai. Às vezes, nós queremos ter um “bom desempenho” diante de Deus: queremos orar, evangelizar, fazer obras – e devemos fazer isso. Porém, o que realmente alegra o coração de Deus é quando vivemos uma realidade de amor, reconhecimento, perdão, comunhão, unidade, pois, desta forma, expressamos o novo mandamento de Jesus (Jo 13.34).
O apóstolo João disse: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.” (1 Jo 3.14). Então, se não amamos os irmãos não passamos da morte para a vida, pois esse é o indicador da vida eterna.
Podemos, como congregações ou igrejas, termos “bons desempenhos”. Se, por exemplo, cada congregação da cidade batizasse 10 pessoas por mês, imaginando que temos umas 300 igrejas em nossa cidade, batizaríamos ao todo 3.000 pessoas ao mês. Ora, isso seria um desempenho maravilhoso! Porém, não é apenas isso que Deus quer.
Jesus orou ao Pai, dizendo: “…assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17.21). Se nós, irmãos de todas as congregações formos UM, a cidade inteira reconhecerá Jesus como filho de Deus e será batizada! Ou seja, para Deus o amor e a unidade são muito mais relevantes do que o nosso desempenho pessoal ou coletivo.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade; e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto; porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus…” (Ef 2.14-19).
Esta ceia que estamos celebrando hoje é uma forma de anunciarmos o Evangelho da paz. Perceba que por quatro vezes Paulo fala a palavra “paz”. Nós sabemos que Jesus trouxe o Evangelho da salvação, o Evangelho do reino, mas ele nos deu também o Evangelho da paz. Portanto, precisamos exibir, proclamar, divulgar isso para todas as pessoas e igrejas, porque é a vontade de Deus.
Como Jesus disse, a unidade precisa ser exibida para que o mundo reconheça que ele foi enviado pelo Pai. Temos de falar, testemunhar, mas também expressar isso de várias maneiras: amando, perdoando, pedindo perdão, reconciliando, visitando, tendo comunhão uns com os outros independentemente das congregações a que pertencemos etc. Que o Senhor nos abençoe! Amém!
Abnério Cabral
É maravilhoso pensarmos no motivo de estarmos aqui, na razão pela qual o Novo Testamento fala de uma “nova aliança”. Será que esse é um assunto exclusivamente do N.T.? Não! A nova aliança foi anunciada desde os tempos antigos.
Em Gênesis 15, Abraão chegou diante de Deus e disse: “Ó Senhor Deus, que me darás, visto que morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno Eliézer?” (v.2). Em outras palavras, ele perguntou: “Deus, o Senhor vai cumprir a sua promessa comigo ou não?” Isso porque, em Gênesis 12, Deus havia feito a ele uma grande promessa: “Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (vs.2,3). Deus lhe prometeu um povo, uma terra, uma benção; foram promessas imensas, grandiosas demais.
Porém, lendo Hebreus 11.8-13, vemos que Abraão não tomou posse dessas promessas. Ele não dominou a terra, mas foi somente um peregrino nela. Ele não viu a nação crescer, mas viveu na esperança. Em Gálatas 3.6-9, Paulo diz que ele foi chamado de “o pai da fé”. Por que isso? E por que nós fomos “salvos na esperança”, assim como ele? Por esses e outros motivos, é muito importante compreendermos as promessas de Deus, os motivos de estarmos hoje reunidos para celebrar a ceia do Senhor. Sabemos que é porque Jesus morreu e ressuscitou – e relembramos isso. Mas este ato está fortemente baseado na promessa que Deus fez a Abraão.
Em Gênesis 15, após o questionamento de Abraão ao Senhor sobre o cumprimento daquela promessa, Deus lhe disse:
Toma-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho. Ele, pois, lhe trouxe todos estes animais, partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu. E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava. Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas. Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos; (…) Naquele mesmo dia fez o Senhor um pacto com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates; e o queneu, o quenizeu, o cadmoneu, o heteu, o perizeu, os refains, o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu. (vs.9-13; 18-21).
O que tudo isso tem a ver conosco hoje? O fato é que Deus prometeu algo a Abraão que ainda não se concretizou, e tudo hoje está cooperando para isso acontecer. Naquela “cerimônia pactual” que foi feita entre Deus e Abraão houve algumas regras: os animais foram partidos ao meio e separados em dois lados. Isso porque as duas pessoas que faziam esse tipo de aliança deveriam passar juntas entre aqueles animais, com o compromisso de cumprir o que estavam se comprometendo.
No entanto, o Senhor, conhecendo a história, a descendência e a natureza de Adão (o primeiro homem), fez algo diferente. Ele lançou um sono profundo sobre Abraão. Este precisava acordar, pois teria de passar entre aqueles animais mortos para cumprir sua parte da promessa, mas não conseguia. Mas, mesmo com um pesado sono, ele viu um braseiro de fogo passando entre aqueles animais. Deus fez isso porque ele estava interessado em estabelecer uma aliança eterna com Abraão sem depender do homem.
Lendo as Escrituras, vemos que Jesus sempre esteve presente com o Pai nas suas obras. Então, naquele momento, o Pai e o Filho passaram juntos entre aqueles animais, garantindo que essa promessa seria cumprida em Jesus. O Filho estava disposto a ser partido, a ser moído, a dar a sua vida para que a promessa do Pai se cumprisse. Abraão, na sua própria força, não tinha condições de cumprir a sua parte da promessa, assim como eu e você também não temos essa condição. Porém Jesus, o Deus homem, entregando sua vida por nós, morrendo e ressuscitando, garantiu que a nossa parte da promessa se cumprisse.
Jesus garantiu, através do seu próprio sangue e da sua própria carne, que a promessa de Deus feita a Abraão vai se cumprir integralmente, e nós, como povo de Deus, vamos participar desse cumprimento! Portanto, quando bebemos o vinho e comemos o pão estamos anunciando que o Rei Jesus está voltando e o seu Reino será estabelecido em plenitude sobre toda a Terra! Aleluia! Amém!
Transcrição e Edição: Luiz Roberto Cascaldi (lrcascaldi@gmail.com)
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