Minha história com os católicos – minha conversão para a unidade.
Conheci um padre em Jundiaí, cujo nome era Jesus.
Estava visitando com um amigo o templo que ele construiu em Jundiaí. É um templo bem diferente, o que chamou minha atenção.
Quando estava ali, esse padre se aproximou de nós, querendo saber quem éramos. Quando eu lhe disse, imediatamente nos convidou para dar uma pequena palavra para um grupo de mulheres às quais ele estava preparando para que fossem de casa em casa para evangelizar.
Desse contato vieram vários encontros em reuniões de busca do batismo com o Espírito Santo e em reuniões em casas.
Depois de um tempo ele saiu de Jundiaí e eu perdi o contato com os católicos da cidade.
No ano de 2007, em um encontro de pastores, em Nápoles, Jorge Himitian me apresentou a Matteo Calisi. Nesse momento, ele, Himitian me perguntou o que eu faria no dia 15 de novembro daquele ano. Ele estava me convocando para uma reunião em Cachoeira Paulista, na sede da Canção Nova, com vários pastores e um grupo de católicos.
Fui àquela reunião sem previsão e sem pretensão alguma.
Ali estavam vários pastores, como Sergio Franco, Anesio Rodrigues, Cristian Romo, Himitian, e diversos padres, entre eles Jonas Abibe.
No primeiro momento que começamos a adorar ao Senhor Jesus uma unção poderosa veio sobre nós e ali estivemos, por mais de uma hora, numa presença do Senhor muito forte.
Ao sair para o almoço, tive como cicerone Izaias, da comunidade Coração Novo, do Rio de Janeiro.
A conversa dele me chamou à atenção pois falava de como seria igreja no volta de Jesus. Traçava um quadro completamente coerente com minha fé e expectativa.
Após o almoço, cada um de nós falou sobre o que fazia na obra do Senhor.
Foi um tempo de muita comunhão e admiração pelo que o Senhor estava operando no coração de cada um e através de cada irmão ali.
Algo que ficou muito forte é que quase todos os depoimentos, ou testemunhos, falavam de três pontos fortes: a conversão ao Senhor Jesus, com convicção de pecado, arrependimento do pecado; o batismo com o Espirito Santo e o chamado para o ministério.
Conversão, batismo com o Espírito Santo e serviço ao Senhor.
Eram experiências que eu mesmo tive!
A voltar para casa eu estava com muitas perguntas eu meu coração. Se pudesse comparar com alguma outra sensação que tive na vida, o que eu sentia comparava-se a uma ressaca muito forte, quando os sentimentos são extremamente confusos.
Nas duas noites seguintes quase não dormi. Pensava se deveria participar daquela coisa à qual fui apresentado por Himitian.
Na terceira noite tive um sonho interessante.
Eu via uma grande multidão que caminhava para algum lugar. Eu tomava a iniciativa de entrar mas, ao sentir um grande medo, eu saía.
Na terceira vez que isso aconteceu, eu entrar e sair por causa do medo que sentia, ouvi claramente a voz de meu Senhor Jesus dizendo para mim: entre e não saia pois isso é meu, estou nisso!
Se antes eu entrei por causa de um convite de Himitian, agora estava por uma convocação do Senhor.
Depois daquele dia em Canção Nova, estivemos juntos em varias oportunidades e o que tem acontecido é que tenho sido edificado pela presença do Senhor na vida de irmãos da igreja de Jesus e que congregam na igreja católica.
Não conversamos sobre doutrinas ou pontos nos quais não temos a mesma visão.
Só estamos juntos para servir ao Senhor da Igreja.
A palavra Igreja, entre nós, não leva adjetivo. Ela é, simplesmente, a Igreja de Jesus. Não é católica ou evangélica. Quando precisamos de adjetivos enfraquecemos o substantivo. A igreja é só igreja. A única coisa que pode vir depois da palavra igreja seria a expressão “de Jesus”. É a única expressão que deve ser aceita e falada entre nós.
O tema unidade já não é tratado nas nossas conversas pois já temos chegado ao lugar, ou melhor, já temos chegado à pessoa que é o lugar definitivo da nossa existência, da nossa busca: o Senhor Jesus, nosso amado Salvador e Rei.
A unidade da igreja não é um projeto meu. Jesus já derrubou a parede de separação e inimizade e estabeleceu que só há uma igreja, que está espalhada entre as varias denominações.
Minha comunhão não é com instituições ou estruturas. Minha comunhão é com aqueles que confessam o nome precioso do Amado de minha alma.
Não tenho alternativa, não tenho opção – é vontade de Deus. Já foi feita na Cruz. Só me resta avisar aos irmãos disso e incentivar a que busquem andar naquilo que já está feito.
Minha confissão – o que não discuto com ninguém.
Ao caminhar em ambientes bem diferentes entre si, com pessoas tão diferentes e que fazem parte da Igreja, precisei fazer meu “credo” particular, que seria aquilo do que não abro mão, que não está em discussão.
Alinhei esses pontos referentes a pessoa de Jesus:
A divindade de Jesus
Sua encarnação
Sua morte
Sua ressurreição
Seu Senhorio
Em conversa com o irmão Francisco Biasin, fui alertado sobre colocar mais um ponto nesse “credo” que é a Trindade.
Concordei com ele e isso é parte da base de minha fé.
Sobre essas coisas não discuto nem abro mão.
Sobre as outras demais coisas das crenças ou tradições estou aberto a conversar e descobrir se entendemos da mesma forma, mas nenhuma coisa constitui barreira de minha parte para com aqueles que são lavados no precioso sangue de Jesus.
Minha maior e central convicção é a verdade de que:
O centro de todas as coisas é o Senhor Jesus Cristo.
O universo e tudo que nele existe foi feito nele, por meio dele e para ele.
Romanos 11:36
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Todas as coisas subsistem pela Palavra de seu poder
Colossians 1:17
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
No principio era assim. Os nascidos de novo viviam ao redor do Senhor Jesus, viviam para Ele, adoravam e anunciavam Seu nome.
Aqueles que nasciam de novo eram a igreja e viviam assim. O povo de Deus era um só.
Jo 1:1
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Mas coisas aconteceram que dividiram o povo de Deus, de tal forma, que temos pouca credibilidade diante do mundo e os cristãos não mais são vistos como aqueles que podem ser respeitados por sua integridade ou coerência.
Está difícil anunciar ao Senhor Jesus por causa da divisão dos cristãos.
A igreja em Corinto manifestou a primeira divisão estabelecida pelas preferências a esse ou àquele apóstolo.
Paulo tratou muito fortemente e denunciou o pecado que tentava separar o Corpo de Cristo
A igreja de Corinto tinha preferências por que era carnal, e Paulo trata isso mostrando Cristo crucificado.
Divisão, preferências, isso é carnalidade e fere o corpo de Cristo. Uma carta inteira foi usada para corrigir essa anomalia, essa doença.
O que fazer nesse tempo em que o Senhor está nos aproximando?
Que caminho tomar?
Estava meditando nisso e me ocorreram os seguintes textos:
“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus. Então, Pedro, tomando a palavra, disse: Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias. Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados. A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus.” Marcos 9:2-8, RA.
Mt 11:8 Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.
Elias e Moisés – leis e profetas apontavam para Cristo
Esses homens representam tudo o que o Senhor Deus fez e ensinou antes da encarnação de Jesus.
Todas as profecias e toda a lei de Deus prepararam os homens para a manifestação do Messias. Paulo disse que Cristo se manifestou na plenitude dos tempos. Isso fala não somente em termos
de profecias, mas também em termos de culturas, civilizações e outras situações históricas.
O mundo e todo o universo foi preparado para a vinda de Jesus, o Filho de Deus.
Todo o que foi feito e ensinado apontava para o Messias, Jesus.
Naquele monte a lei e os profetas se encontraram com aquele a quem anunciaram. Chegaram no seu ápice. Não havia um lugar mais, nem a uma pessoa maior, a quem pudesse alcançar ou que pudessem anunciar.
Os discípulos foram profundamente impactados!
Estar junto de Elias e Moisés seria algo impensado por qualquer judeu. Não que isso fosse indesejável, mas era algo que nenhum deles pensava que veria ou teria.
Aquela experiência transcendental atingiu-os de tal forma que ficaram sem saber o que falar, por isso propuseram ao Senhor que se fizesse um marco àquele momento aos personagens envolvidos.
Façamos três tendas!
Os três seriam homenageados por todos os que soubessem e viessem aquele lugar, dali para frente as pessoas fariam viagens para aquele lugar para tentar sentir as emoções que os discípulos sentiram. Essa é a nossa tendência. Tentar repetir experiências, estabelecer marcos que nos lembrem de fatos, e, por causa disso corremos o risco de ouvir o que eles ouviram:
“A ele ouvi”
A Jesus ouvir! Moisés e Elias nos prepararam para ouvir a Jesus.
Tudo o que eles falaram apontava para o Messias Jesus.
Façamos três tendas!
De fato, nenhuma tenda seria necessário construir. O tempo das tendas havia passado. O tabernáculo de Moisés e o templo de Salomão haviam cumprido o seu papel.
Pedro queria homenagear aos três personagens tão importantes em sua história.
Se o Pai permitisse isso, Jesus seria igual aos profetas, à lei, às tradições, aos costumes, às filosofias. Jesus não pode ser nivelado com nada ou ninguém. Ele é Deus encarnado. Nada se compara a ele e ninguém pode receber a adoração somente devida a ele.
A distância que separa sua dignidade e a dignidade de qualquer homem, por mais santo que seja, é como a distância da terra para o céu.
Temos o costume de construir tendas a muitas coisas. Como disse alguém, a história do homem e a religião se constitui de quatro “emes”: mover, movimento, morte e monumento.
Explicando, o Senhor opera em determinado momento e o homem cria uma movimento em cima daquilo. Por causa da intervenção do homem, o que era um mover encontra a morte. Daí o homem cria um monumento para lembrar dos gloriosos dias! Isso é a lembrança da glória, sem a glória na lembrança.
Precisamos deixar Jesus no lugar onde Deus o pôs. Só Jesus! Esse é o nosso chamado, ministério e desafio.
Quando o Pai Eterno ouve a proposta dos discípulos, (ainda que só Pedro a declara), imediatamente interfere e diz a quem se deve honrar e ouvir – a Jesus.
Jesus é o tabernáculo de Deus entre os homens!
Ele é o cumprimento do Tabernáculo do deserto e do Templo em Jerusalém.
Deus veio “tabernacular” conosco. Ele é Emmanuel, Deus conosco, que sai da tenda de Moisés, sai do templo se Salomão, sai das moradas feitas pelo homem, pois elas não O podem conter e vem para o Tabernáculo eterno que ele mesmo constrói: o Corpo de Cristo. A igreja. Jesus em nós, a esperança da Glória!
O que mais podemos desejar?
Já temos chegado ao lugar mais alto da glória. Temos chegado ao lugar de descanso, temos conhecido nosso sábado eterno. Temos encontrado o próprio lugar do descanso de Deus: o Senhor Jesus.
Saiamos para fora do arraial, fora da cidade temporal, para a presença do Cordeiro.
A ele ouvi: essa é a chave para a compreender o caminho de Deus no meio das muitas vozes que temos hoje. Ouvir a Jesus.
Jesus é o centro do universo e também é para onde apontam os tempos e as eras. Em Jesus se consuma toda a história.
Gl 4:4
vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Ef. 1:8-10
que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
Ninguém mais, senão Jesus – Esse deve ser o foco de nossas vidas – ninguém mais, senão somente Jesus.
Ef 2:11-16
11 Portanto, lembrai- vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, 12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. 13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, 16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.
Quando Jesus foi para a Cruz ele levou todos os homens dispersos. Aquilo que o pecado fez, separando o homem de Deus e uns dos outros, Jesus resolveu.
Ela, a Cruz, tem o seu plano horizontal, indicando que os homens convergem para o centro dela, que é o Cristo bendito.
Ela também tem seu plano vertical que indica que o Cristo de Deus tomou aqueles que eram separados uns dos outros levando-os juntos à presença de Deus.
Agora somos um em Cristo.
A cruz de Cristo nos reconciliou com Deus e com os outros homens. Ela é o nosso ponto de encontro com Deus e com nossos irmãos. Jesus é a nossa unidade.
A nossa unidade não está no que cremos, mas EM QUEM cremos.
As doutrinas são importantes, mas podem dividir – Jesus une – Nele somos um!
Os fantásticos personagens da Bíblia são dignos de ser imitados – mas uma exacerbação nessa imitação pode levar a um desvio de Jesus – Ele é o único Caminho
As nossas tradições e histórias tem nos ajudado mas, no momento, estamos divididos pela interpretação e aplicação dessas mesmas histórias e tradições. Somente Jesus, na sua Carne pode nos fazer um – o que ele fez na Cruz.
Escuto um Paulo indignado, exclamando com todas as suas forças:
Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo? 1Co 1:13
Em nome de quem vocês foram batizados?
Em qual nome foram mergulhados?
A Cruz acaba com esse tipo de preferencias.
A cruz de Cristo nos fez um pelo Sangue derramado e pela carne partida.
A nossa pregação, a nossa prática, a nossa experiência precisam estar centradas na Cruz do Cristo de Deus.
A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus é poderosa para trazer à existência o que não existe.
O anúncio das mesmas verdades que Paulo anunciou é o remédio contra toda ofensa de tentativa de divisão do Corpo de Cristo.
Qual foi a a pregação de Paulo? – Jesus Crucificado
mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 1Co 1:23, 24
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Gl 1:6, 7
Gl 3:1 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?
Não havia nada para Paulo que fosse mais importante que Cristo. Esse era seu alvo, sua comida, seu sustento, sua vida e sua meta.
Fl 3:8 Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo
A Mensagem do evangelho anuncia uma só verdade: Jesus é o Senhor e o Cristo de Deus. Não podemos, em hipótese alguma pregar outra coisa, sob pena de não levarmos os ouvintes a Salvação.
E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Jo 17:3
O evangelho de Cristo contém três ingredientes fundamentais e complementares:
Jesus morto, ressuscitado e Senhor.
Jesus foi morto para pagar nossos pecados. Era impossível o pagamento de um só deles. Ele os tomou consigo para ficarmos livres da dívida com Deus.
Jesus foi ressuscitado para nos dar vida. Seriamos perdoados, mas separados de Deus se ele não ressuscitasse. Ele nos tirou da sepultura e nos fez assentar com ele nos lugares celestiais, na plenitude de Sua vida. Agora podemos gozar do perdão de Deus e isso nos abre a porta para o relacionamento com Deus, de quem nos tornamos filhos.
Jesus foi posto no trono para reinar sobre todas as coisas. Ele é o cabeça, para o qual convergem todas as coisas, e no seu reino temos vida, e vida em abundância.
A igreja de Cristo precisa ser compreendida como algo único e indivisível. Cristo não está dividido!
Ele e seu corpo formam um só conjunto.
Quem se levanta contra isso insurge-se contra a Cruz de Cristo, fazendo o papel do anti Cristo.
Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Pai, um só Deus, que é de todos e está sobre todos.
Essa tem que ser nossa fé e nossa pregação.
“Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos”. 2Co 4:13
CRI, POR ISSO FALEI!
Comments